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A defesa diz que o hacker da Lava Jato não possui intenção de dar golpe ao comprar alianças em 2010
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Defesa relata que atitude foi um erro; Delgatti Neto está detido por invasão a sistema da Justiça
- Por Camilla Ribeiro
- 13/07/2024 14h44 - Atualizado há 3 meses
Em alegações finais mostradas à Justiça em Ribeirão Preto (SP), a defesa de Walter Delgatti Neto, denominado como hacker da Lava Jato, disse que ele não possui intenção ruim ao comprar alianças pela internet em 2010, no valor de R$ 2,3 mil em sete vezes no cartão de crédito.
Depois de procurar o produto, ele contestou a compra para ter o estorno. Contudo, foi denunciado por estelionato.
Na peça assinada pelo advogado Ariovaldo Moreira, é mencionado de que Delgatti Neto não justificou formalmente a contestação da compra realizada em Ribeirão.
"Portanto, não há prova de que o denunciado tenha efetivamente contestado a compra sob alegação de não a ter realizado", relatou o defensor.
"O denunciado foi interrogado sobre os fatos em sede policial e esclareceu que o cartão de crédito em que a compra das joias foi realizada foi furtado, e então, efetuou o cancelamento de algumas compras, mas que, possivelmente acabou cancelando equivocadamente a compra das joias."
Moreira afirma que o Ministério Público não conseguiu mostrar provas suficientes para a condenação do réu.
"Enfim, a acusação não demonstrou de forma suficiente que o réu agiu de forma criminosa, assim, temos que os fatos narrados não correspondem com a tipificação contida na denúncia, impondo-se a absolvição do denunciado", disse.
A promotora de Justiça Ethel Cipele solicitou a condenação de Delgatti Neto devido ao estelionato.
A representante do Ministério Público (MP) alegou que a pena deve ser de no mínimo um ano de detenção no regime aberto.
Já que há 14 anos Delgatti Neto não apresentava antecedentes criminais.
Depois do registro de contestação, a loja de Ribeirão Preto relatou a ocorrência contra Delgatti Neto após tentar encontrá-lo para resolver a situação.
"O réu, interrogado, assumiu a compra e retirada das alianças, e apresentou justificativa não comprovada de que o cancelamento teria feito de forma equivocada pela empresa do cartão de crédito, não se desincumbindo, portanto, do ônus da prova dos fatos alegados em sua defesa", disse a promotora.
Delgatti Neto encontra-se preso em Araraquara (SP) devido aos desdobramentos de uma investigação que investiga suposto plano para invadir sistema do Poder Judiciário.
Ele foi denunciado, no dia 23 de abril, juntamente com a deputada federal Carla Zambelli, pela invasão no sistema do CNJ, no qual abrangeram um mandado de prisão de Alexandre de Moraes, assinado pelo próprio magistrado.
No ano de 2019, Delgatti Neto responsabilizou-se ter invadido celulares de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e do então juiz Sergio Moro, todos da Operação Lava Jato.